terça-feira, abril 19, 2005

Sonnet CXXX

"My Mistress' eyes are nothing like the sun;
Coral is far more red than her lips' red;
If snow be white, why then her breasts are dun;
If hairs be wires, black wires grow on her head.
I have seen roses damasked, red and white,
But no such roses see I in her cheeks;
And in some perfumes is there more delight
Than in the breath that from my mistress reeks.
I love to hear her speak, yet well I know
That music hath a far more pleasing sound;
I grant I never saw a goddess go;
My mistress, when she walks, treads on the ground:
And yet, by heaven, I think my love as rare
As any she belied with false compare"
De W. Shakespeare
W.S. consegue, neste pequeno soneto, deitar por terra toda a linha poética feita até então, e que mesmo nos dias de hoje se faz, em que é usada a comparação entre a beleza mulher e tudo o que de mais belo há na natureza. Faz, como que, ironicamente, uma crítica às descrições convencionais da beleza feminina, admitindo, por sua vez, que, embora, a beleza da sua "amada" seja menos explêndida e mais natural, a ama e que a sua beleza é tão rara como a de qualquer outra mulher que é falsamente supra-elogiada.